segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sobre como aprendi a andar de bicicleta

A minha primeira “tonquinha” como minha mãe até hoje diz, não era minha, mas sim do meu irmão, azul com rodas vermelhas e do tamanho perfeito para uma criança entre 2 e 3 anos. Lembro que costumávamos dividir em quatro a “tonquinha”, eram meu irmão, eu, minha prima e meu primo, ficávamos às vezes a tarde toda brincando com uma única “tonquinha”.
Obviamente meu irmão cresceu e não coube mais na “tonquinha” e, não sei bem como, ganhou uma bicicleta. Minhas lembranças não são bem precisas quanto a isso, mas tenho quase certeza de que ela era vermelha, da caloi e com rodinhas removíveis.
Como moramos em uma casa com quintal bem grande desde esta época, lembro que dava pra descer o quintal (é uma rampa) inteiro sem se preocupar, ou ainda andar na parte plana por algum tempo sem deixar de ser divertido.
A bicicleta, assim como a “tonquinha” foi compartilhada por meu irmão comigo, que na verdade estava mais preocupada em alimentar minhas bonecas do que em correr e ficar me fadigando. Por esses tempos meus primos também ganharam suas respectivas bicicletas e meus avós e meus tios (pais dos primos) adquiriram uma pequena propriedade no interior de São Paulo, minha mãe ficou sendo o único membro da família a morar em São Paulo, sendo assim quase sempre viajávamos para a casa dos meus avós/tios e consequentemente sempre víamos nossos primos. Com tudo isso acontecendo não haveria hora melhor para aprender a andar de bicicleta, a chácara era suficientemente grande e, além disso, havia as ruinhas de terra ao redor, sem carros, sem trânsito, sem ladeiras, tudo o que todos os pais pediram a Deus.
Minha mãe nunca soube andar de bicicleta e meu pai... bem meu pai parece que não lembrava. Meu irmão já sabia, minha prima (que eu idolatrava na época) também e meu primo quase da minha idade também! Só restava eu. Assim meu pai toda vez que tinha tempo tentava incessantemente me ensinar. Não vou dizer que nunca tinha pedalado sozinha, mas eu nunca tirei as rodinhas.
From: Google Imagens
Lembro de uma vez que ele me largou (como todo mundo faz quando se está ensinando a andar de bicicleta) e eu simplesmente parei com medo de cair. Acho que depois disso jurei que nunca mais subiria numa bicicleta.
Claro que de vez em quando eu tentava, mas nunca conseguia dar uma pedalada sozinha, achava impossível me equilibrar naquele negócio.
Passou algum tempo e novamente meu irmão ganhou uma bicicleta, desta vez ela era enorme e eu nem conseguia me acomodar direito, pois meus pés ficavam muito longe do chão. Novamente houve algumas tentativas frustradas, eu desisti de andar de bicicleta e assim como apareceu, a magrela do meu irmão sumiu.
Meus amigos sempre me questionavam o porquê de eu não saber andar de bicicleta e eu nem sabia responder, me sentia muito mal com isso, pois pra mim eu que era A burra. Mesmo assim, ainda tentei andar certa vez com minha prima e uma amiga dela no interior, mas nem preciso dizer o mico que eu paguei ficando pra trás e parando a cada duas pedaladas.
Muito tempo se passou e agora estava com uns 17 anos, só que agora não importava mais saber ou não andar de bicicleta, isso era coisa de criança, ninguém fazia mais! Contudo, uma vez fui no Ibirapuera com um grupo de amigos, avisei que não sabia andar de bicicleta, mas de tanta insistência e com aquela frase “- Tudo bem a gente pega uma dupla e eu vou com você!”, resolvi tentar. Foi uma lástima! O amigo que me carregou na bicicleta dupla deve ter ficado com trauma (coitado!).
Fiquei longos 4 anos sem nem tentar subir numa bicicleta, foi quando meu namorado sentiu que precisa voltar a fazer isso e, no seu aniversário comprou uma bicicleta. Parecia que um mundo novo havia se aberto para ele, toda hora era hora de bicicleta. Com isso ele sentiu a necessidade de me ensinar a pedalar...
As primeiras lições foram na querida (e agora não tão gigante) garagem da minha casa, assim como fazíamos com a “tonquinha” fiquei descendo a rampa diversas vezes e treinando frear, assim foi por umas 3 vezes, agora era a hora de aprender de verdade!
Marcamos um dia e fomos à ciclovia que tem perto das nossas casas, era uma tarde bonita e agradável, após várias explicações e dicas foi a hora de subir na Wendy, a bike do Fa. Ele me segurou deu uns últimos toques e me soltou para um novo mundo, logo já  sai pedalando e tentando me equilibrar, em menos de uma hora estava andando por meio quilometro de ciclovia sozinha, foi incrível!
Uns dias depois pegamos a bike de um amigo nosso emprestada, agora era hora de andarmos juntos mesmo, ninguém me seguraria, exceto (é claro) meu primeiro tombo! Mas essa é uma outra história...



Um comentário:

Prof. Fabricio do Prado disse...

Que maravilha hein Pri, gostei principalmente da foto, hahaha

É isso aí. Ciclovia Adutora do Rio Claro. Desde 2010 ensinando ciclistas da Zona Leste de SP.